quarta-feira, 15 de abril de 2009

Roda moinho



Muita gente não sabe o tamanho do mundo. Eu apenas imagino. E embora morasse em Teresina, nunca tive medo do globo terrestre. Ao contrário, sempre tive sede dele, da estrada e de todos os lugares que eu pudesse conhecer.
Gosto de gente e de histórias. Embora fique um pouco calada algumas vezes. Na verdade, gosto de conhecer pra contar "causos". Que novidade teria pra contar se fincasse meus pés em algum lugar? Nasci pra ser pluma e pena. Pra voar. Entretanto, ultimamente tenho andado com pés no chão. Acho que talvez seja por isso que ando mais calada também.
Quem está com pé no chão, fica pesado e não voa. Pensa no amanhã e no daqui a pouco. Pensa nos netos e bisnetos. E aí me pergunto: Por que ser árvore quando é tão gostoso ser passarinho? Pra que o medo se não existe certeza alguma?
As certezas são essencialmente relativas. Antes eu tinha certeza absoluta da minha sede, e hoje acho mudanças estranhas. O novo me encantava e agora me deixa um pouco incomodada. Envelheci? Não quero. Amo a criança que brinca dentro de mim. Acho que preciso brincar de roda e sair por aí. Descobrir ainda mais o que vive nesse mundo: bicho, gente, planta. Ir além. Renovar meu ser, crescer e ficar do tamanho da grande bola azul.