sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Das coisas que nunca quis

Eu nunca quis ter um cachorro, nem nunca tive vontade de casar muito menos de ter filho. E pra comprovar que o tempo muda as pessoas e que vontades surgem de repente, aqui estou eu. Com vontade grande de ter um cachorrito, de levar pra passear e até ter o grande incômodo de, às vezes, ter que limpar cocô. Da mesma forma que nunca tive vontade de casar. Sei lá. Talvez medo do casamento ou vontade de ficar livre. Preocupação com satisfações ou por saber que, apesar de todas as tentativas de privacidade, há uma vida a dois que pede a falta dela. E quanto ao filho, basta eu pensar em como fui chata quanto adolescente, o quanto fui respondona, o quanto eu vi minha mãe abdicar da sua vida pra dar ao filhos. Então, como uma verdadeira egoísta, sempre pensei: "Deus me livre de ter filhos!"Mas, hoje, como eu tenho vontade. De ter um cachorrinho abanando o rabo, sempre que me vê. De casar com o homem que eu amo tanto. E de ter um filho com amor, muito amor. Uma coisinha pequenininha, um pedaço de mim.

*Texto escrito há um mês

A menina feliz

De repente, você pensa que é feliz. Quando tudo que estava mal começa a se colocar nos devidos lugares, você começa a achar tudo uma maravilha. E fica pensando: "Coitado dos pobres mortais, que estão ali, na mesma vida, enquanto eu sou feliz." Mas se felicidade é coisa que todo mundo procura, ao mesmo tempo é coisa estranha. É bem escorregadia. E pode acabar logo, antes do tempo de um piscar de olhos.

Como se pode ser feliz em 1 minuto e no outro, nos exatos 2 segundos do próximo minuto, não ser mais? Como pode o ser humano ser assim, tão levado por essas ondas de felicidade, que vão e vem? Um vento passa e lá se vai a purpurina da felicidade embora...

Foi assim comigo. Uma pessoa feliz, há uma hora e um pouco infeliz, agora. Seria certo mesmo me colocar a disposição da boa vontade desses ventos arredios? Me pareciam até bem tranquilos. Mas, com coisas fugidias, não se brinca. Coisa fugidia quer é fugir mesmo e ir pra longe. Quer liberdade.

A gente mesmo quer liberdade. Quem não quer? Eu quero. Mas não muita.